Os moradores do centro de Santa Isabel do Pará, a 35 quilômetros de Belém, estão revoltados com o prefeito Marió Kató (PMDB), acusado de . mandar destruir o que ainda restava de uma ponte construída há mais de um século pelo senador Antônio Lemos, à época intendente de Belém. Batizada pelos isabelenses de ponte do Tibiriçá, em homenagem ao filho de Lemos, que foi morar no sítio Moema após contrair hanseníase, a ponte era uma das poucas referências materiais da história do município, a última de um conjunto de obras que incluia um casarão, já demolido, e de uma praça toda modificada e transformada em pista de skate.
Os moradores dizem que a construção de dois bueiros no local da ponte prejudica um manancial de água. Eles dizem que a secretária de Cultura de Santa Isabel, Ione Souza, manifestou-se contra a destruição da ponte. 'Mas nós queremos que ela faça isso por escrito, pra gente poder acreditar no que ela anda dizendo na cidade', exigem os isabelenses que na manhã do ultimo sábado (2) fizeram uma manifestação no local onde estava parte dos pilares da ponte Tibiriçá, demolida no dia em que completava 105 anos. Marió Kató disse que não deu ordem para demolir o que ainda restava da ponte, já sem a passarela e os corrimões originais, depredados. Segundo ele, a ordem era para derrubar os quatro pilares de sustentação das cabeças da ponte. 'A pessoa responsável interpretou mal. Era para construir dois bueiros sem mexer na velha ponte', afirmou o prefeito, mencionando o nome de um funcionário Carlito, como responsável pela destruição de um patrimônio histórico. Marió disse que há como reconstruir a ponte, mas os moradores acusam também um homem chamado de Shigueo Kanay, de ter ajudado a desmontar a ponte histórica. 'Ele (Shigueo) agiu na calada da noite e acabou de retirar o que ainda restava dos pilares. Isso para abrir espaço pro terreno que ele possui ao lado da ponte, que está sendo loteado', afirmou Diego Sousa. 'Nem o Shigueo, o Marió Kató e a colônia japonesa do município têm compromisso com nosso patrimônio histórico', disse outro manifestante.
Shigueo não foi encontrado para falar a respeito do assunto. Historiadora de Santa Isabel, a professora Minervina Souza disse que, com a destruição da ponte do Tibiriçá, restam agora apenas três obras materiais da história do município: o sítio Moema, o grupo escolar Silvio Nascimento e o colégio Antonio Lemos. 'Já procuramos o Ministério Público para exigir explicação ao prefeito sobre esse crime contra nossa história. E vamos recontruir a ponte, do jeito original que ela era', garante.
Fonte: O Liberal
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