Consórcio Marcos Marcelino na mira da polícia
Sexta-Feira, 17/02/2012, 00:49:23 - Atualizado em 17/02/2012, 00:49:23
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(Foto: Foto: Cézar Magalhães)
A pós as fraudes no consórcio de compra premiada ter vindo à tona, 30 clientes do consórcio Marcos Marcelino procuraram a Delegacia do Consumidor na Divisão de Investigações de Operações Especiais (Dioe) para registrar queixa contra a empresa. Segundo informações do delegado titular da Dioe, Neyvaldo Silva, que está responsável pelo caso, os clientes perceberam que havia algo de errado quando agências bancárias e a própria empresa começaram a se recusar a receber os pagamentos dos boletos do consórcio.
Para esclarecer o que havia acontecido com o consórcio, o delegado da Dioe convocou os representantes da empresa para que desvendassem a situação. Para surpresa, quem apareceu para o depoimento foi Reginaldo Bentes, representante designado pelo Banco Central para administrar e ser o liquidante extrajudicial da empresa. A liquidação extrajudicial acontece, dentre outras justificativas, por má administração da empresa que resulte ou sujeite a riscos seus credores.
A empresa Marcos Marcelino, que já existe desde 1989, trabalhava com consórcios de imóveis, veículos e fornecia até carta de crédito. Apesar de funcionar com a autorização do Banco Central, vem enfrentando dificuldades financeiras, inclusive com notificações e solicitações de proposta de recuperação desde 2007. A dívida adquirida pela empresa chega ao valor aproximado de R$ 15 milhões.
FRAUDE
De acordo com o delegado Neyvaldo, há possibilidade de que esteja acontecendo um crime contra o sistema financeiro federal. “Nós ainda não temos certeza, mas vamos esperar os relatórios que serão enviados pelo representante do Banco Central para tomarmos alguma medida”, explicou. Caso seja comprovada a fraude, as investigações passarão para a esfera federal.
De acordo com o delegado Neyvaldo, há possibilidade de que esteja acontecendo um crime contra o sistema financeiro federal. “Nós ainda não temos certeza, mas vamos esperar os relatórios que serão enviados pelo representante do Banco Central para tomarmos alguma medida”, explicou. Caso seja comprovada a fraude, as investigações passarão para a esfera federal.
O delegado da Dioe ainda disse que será investigada a possibilidade de crime de relação de consumo, quando há manipulação nos sorteios. Os relatórios devem ficar prontos logos após a assembleia com os clientes no próximo dia 27 deste mês na sede da Marcos Marcelino, na BR-316. “É a partir desse documento que vamos poder dizer se a empresa entrou em falência ou não”, relatou o delegado Neyvaldo.
O representante do Banco Central sugere aos consorciados ativos que aguardem a assembleia para, só então, decidir de que forma agir. “Diante do caso, é aconselhável que nem contratem advogados, já que isso também será um gasto. Após a assembleia enviarei um relatório ao BC e só então será decidido como o grupo Marcos Marcelino irá proceder, se negociará a dívida ou decretará falência”, afirma Bentes. No entanto, o próprio liquidante confirma que, se decretada a falência, a venda dos bens do grupo não seriam suficientes para reembolsar os consorciados. “O ativo do grupo não conseguiria pagar nem 50% da dívida” adianta.
VÍTIMA
Os clientes que pagavam o consórcio também foram pegos de surpresa com a notícia de que a empresa não receberia mais o pagamento. “Quando fui tirar os boletos para 2012, fui informada que não deveria mais pagar, alegando que o Banco Central iria ficar responsável por dar uma satisfação para os clientes”, contou a professora Maria de Fátima Sarmento que deixou de pagar no mês de dezembro.
Os clientes que pagavam o consórcio também foram pegos de surpresa com a notícia de que a empresa não receberia mais o pagamento. “Quando fui tirar os boletos para 2012, fui informada que não deveria mais pagar, alegando que o Banco Central iria ficar responsável por dar uma satisfação para os clientes”, contou a professora Maria de Fátima Sarmento que deixou de pagar no mês de dezembro.
Ela já pagava o consórcio há dois anos e seus gastos já chegavam a R$ 25 mil. O intuito era receber uma carta de crédito no valor de R$ 40 mil. “As parcelas que iniciaram em R$ 300, já estavam no valor de R$ 490. Todo ano tinha reajuste”, explicou Maria de Fátima. Ela ainda contou que um outro cliente que fazia parte do seu grupo no consórcio está movendo uma ação contra a empresa Marcos Marcelino.
Segundo Reginaldo Bentes, também existem alternativas para quem foi vítima da situação. “Além de aguardar a decisão do banco, alguns grupos de consórcio se mostraram interessados em adquirir a carteira dos consorciados ativos, os cerca de 500. Depois da assembleia, as pessoas que faziam parte do consórcio poderão decidir se querem ou não migrar, pois este é um direito dos associados”. (Diário do Pará)
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